Texto: Felipe Lima Publicado em 17.07.2017

Literalmente, a tecnologia está em nossas mãos. Desde a chegada da internet e o avanço das inovações por meio dos computadores, os smartphones são, talvez, o que há de mais acessível à população em geral. Há um tempo sua função era apenas realizar ligações, já nos dias atuais, é o que ele faz de menos. Na prática, qualquer tecnologia de ponta, mais cedo ou mais tarde, vai atingir o cidadão comum.

Perceber que a tecnologia é um conceito que vai muito além de microchips é fácil. Com a evolução dos aparelhos telefônicos, o cidadão pode, independente da classe social, interferir no seu cotidiano e da própria sociedade em geral. Uma simples foto registrada em rede social pode ajudar a identificar uma criança que estava perdida há anos, por exemplo.

A intenção de interferir positivamente no meio ambiente já era uma preocupação de Leonardo Da Vinci, lá no período do Renascimento, em meados do século XVI. De acordo com o pesquisador Ricardo Bueno, em seu livro Tecnologia no Brasil - uma história, múltiplas facetas, o italiano já demonstrava preocupação com problemas que somente séculos depois seriam solucionados, como a redução do atrito e a construção de máquinas automáticas.

A percepção de que a tecnologia está transformando o cotidiano das pessoas está também na economia. No Brasil, por exemplo, de acordo com os dados mais recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), há 242,3 mil linhas de celulares ativas, mesmo tendo perdido cerca de 14 milhões no comparativo entre abril de 2017 e o mesmo mês de 2016. Com esta ferramenta em mãos, o usuário está criando e usufruindo de soluções para reduzir seus gastos no dia a dia. Quando não há um aparelho por perto, os desktops são a solução ou até mesmo um outro dispositivo eletrônico.

No Ceará, onde 9.589.216 linhas estão ativas, estudantes e pesquisadores estão criando soluções para economizar. Em um cenário de desemprego e crise econômica, a tecnologia está cada vez mais a favor das pessoas. Fora dos grandes complexos industriais, as faculdades têm sido um celeiro de desenvolvimento. Para o coordenador do Centro de Empreendedorismo (Cemp) da Universidade Federal do Ceará (UFC), professor Abraão Saraiva, o Ceará vem ganhando destaque na criação de novos negócios, principalmente nos últimos 3 anos.

“Cada vez mais os jovens estão cientes de que a crise econômica brasileira vem diminuindo muito as possibilidades de empregabilidade no que diz respeito a concursos públicos e ocupação de postos de trabalho já estabelecidos. Nesse contexto, o empreendedorismo ganhou notoriedade porque o aluno fica conscientizado que na falta de emprego ele próprio pode criar o seu negócio, que é criar novos empreendimentos”, destaca o pesquisador.

No Estado, diversos órgãos vêm fomentando a inovação para fortalecimento da economia local. Além do Cemp, houve a criação do Hub de Inovação do Nordeste (Hubine), em 2016, pelo Banco do Nordeste e o reformulação do planejamento do Sebrae, que, incluirá o fomento às startups.

“Temos várias iniciativas recentes que denotam a importância de se fortalecer o empreendedorismo nesse contexto de inovação e não trabalhando tanto a questão empreendedorismo por necessidade, mas sim por oportunidade, que tem total relação com a inovação de você enxergar e ver formas de resolver problemas melhor do que as que já existe”, complementa Saraiva.

Cadê o meu dinheiro?

Mesmo em meio à estabilização da economia, o Brasil ainda tem cerca de 15 milhões de desempregados de acordo com dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No Ceará, o saldo negativo entre maio de 2016 e 2017, é de 29%, isto é, em 12 meses houve 381.091 admissões e 410.556 demissões. Além do desemprego, o pouco que ainda se guarda no bolso é mal gerido.

Ter um cartão de crédito com um bom limite pode indicar poder de compra. O problema é que sem disciplina, o bolso do consumidor pode sofrer sérios danos. De acordo com um estudo divulgado em em junho deste ano pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 57% dos usuários de cartão de crédito não controlam de maneira adequada os gastos. Para evitar esta e outras surpresas no fim do mês, os estudantes da área de tecnologia David Mosiah e Carlos Terceiro começaram a pensar, no ano de 2012, ideias que pudessem colaborar para educação financeira do consumidor.

A necessidade de criar o aplicativo veio também da própria necessidade de um dos criadores de obter apoio da tecnologia para controlar as finanças . Segundo Carlos Terceiro, quando ele buscou um app que o ajudasse, não encontrou o que esperava. Foi então que surgiu a ideia de criar um, como estudante de tecnologia, a missão não era das mais difíceis.

Tudo começou com algo semelhante a uma planilha de Excel. Depois de muito pensarem, os empreendedores lançaram o Mobills, um aplicativo que foi desenvolvido inicialmente para smartphones, mas ganhou força e hoje está também disponível para computadores. A ferramenta já tem 3 milhões de downloads no mundo todo e tornou-se uma das principais referências do País quando o assunto é economizar com apoio da tecnologia.

Tempo é ouro

Economizar não é somente uma missão do consumidor, mas também das pequenas e grandes empresas. Neste cenário, a tecnologia também tem um papel importante. Seja por meio da economia de água e energia ou até mesmo no uso do papel. Ao pensar em imprimir um documento, por exemplo, é possível pensar duas vezes, afinal isso pode levar não somente a economia de tempo e dinheiro, mas também ajudar a natureza.

A ideia de que é preciso conter os gastos em prol da sustentabilidade da empresa exige pequenas mudanças. Foi pensando nisso que a empresa D3 lançou, neste ano, o Zag App. Por meio dele, o funcionário que precisar realizar um reembolso corporativo, pode fazer do próprio smartphone. Com isso, a empresa recebe de forma mais rápida, acompanha em tempo real e ainda pode evitar o acúmulo das pilhas de papel.

Conforme o cofundador do aplicativo, Edson Pavoni, a própria D3, que desenvolve startups, sentia dificuldades na organização de planilhas. Como o universo das jovens organizações baseia-se na solução de problemas por meio de ações simplificadas, surgiu a ideia de criar uma tecnologia que interferisse positivamente no cotidiano da empresa.

“A ideia na verdade é muito simples, a gente tinha muita dificuldade com essa ideia de fazer reembolso de uma forma otimizada, daí todas ferramentas que tinham do mercado eram burocráticas, foi então que a gente pensou como fazer uma ferramenta mais acessível”, explica o Pavoni.

Na prática, o Zag é a simplificação para os funcionários e para a empresa. Ela não precisa esperar até o fim do mês para organizar notas, é tudo em tempo real. Além da transparência que ela proporciona para ambas as partes. A partir do uso do Zag App, os gastos com tempo são reduzidos, o que faz com o que o trabalhador renda mais.

“A quantidade de transações que a empresa precisa para organizar isso é gigante. Em vez de separar papéis e guardar por muito tempo, ainda tem o tempo gasto pelo funcionário, que perde tempo selecionando a papelada que deve ser entregue no departamento financeiro, por exemplo”, comenta.

Para começar a utilizar o aplicativo, basta baixá-lo por meio da Apple Store ou Google Play. Há planos gratuitos e pagos. Após o download, basta inserir o valor, selecionar o projeto e a categoria, depois tirar uma foto do comprovante e enviar para os responsáveis da empresa por meio da tecnologia.

“Estamos em plena expansão, mesmo sendo novos no mercado. A meta é aumentar o número e iniciar uma operação nos Estados Unidos ainda este ano”, espera o diretor de operações, Rubem Braga. Hoje, a empresa, nascida em São Paulo, conta com escritório em Fortaleza e com canais de venda no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.

As soluções para economia de gastos por apoio da tecnologia tem forte presença no Ceará. Para o professor do Centro Universitário Estácio do Ceará e doutorando em Computação pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Manoel Ribeiro, a maioria dos aplicativos são voltados para dar maior comodidade aos usuários ou a prestação de serviços.

O QUE É TECNOLOGIA?

Milton Vargas, em ‘História da técnica e da tecnologia no Brasil’, define como ‘’a aplicação de teorias, métodos e processos científicos às técnicas”. O termo tem sido usado para designar:

  • técnica;
  • máquinas, equipamentos, instrumentos, fabricação, utilização e o manejo dos mesmo;
  • estudos dos aspectos econômicos da tecnologia e seus efeitos sobre a sociedade.

"O mercado de desenvolvimento de aplicativos móveis cresce vertiginosamente desde seu surgimento. No ano de 2013, atingiu uma receita global de 27 bilhões de dólares, com crescimento de 100% ao ano. Pesquisas recentes da Gartner preveem que o mercado chegue a US$77 bilhões em 2017. Já são diversas empresas e aplicativos desenvolvidos em solo cearense", explica o especialista.

Além do Zag App, outra ferramenta que visa colaborar com a redução de gastos no âmbito empresarial é o Core Financeiro. Segundo o CEO, ele é um sistema de gestão financeira, totalmente online, focado em pequenas empresas. Além da profissionalização da gestão, o sistema também tem como propósito integrar todas as informações financeiras da empresa com o seu contador, outra deficiência amplamente citada pelos contadores.

“O Core Financeiro atende a gestão financeira das empresas de forma simples e completa. Automação de processos financeiros, facilidade de acesso a informações financeiras mais precisas e maior visibilidade do negócio são exemplos de benefícios que as empresas podem ter com a adoção do Core Financeiro. Todo o controle de contas a pagar e receber, fluxo de caixa, cobrança, emissão de boletos e notas fiscais eletrônicas, além da conciliação bancária e outros recursos afins. Com o Core é possível criar apurações financeiras ou demonstrações de resultado para saber se a empresa está tendo lucro ou prejuízo, uma informação muitas vezes desconhecida por esse público de pequenas empresas”, explica o diretor comercial Denis Carvalho.

Denis Carvalho defende que  a tecnologia permite oferecer um serviço a um custo menor e com maior qualidade. FOTO: Kléber A. Gonçalves/Diário do Nordeste
Denis Carvalho defende que a tecnologia permite oferecer um serviço a um custo menor e com maior qualidade FOTO: Kléber A. Gonçalves/Diário do Nordeste

A ferramenta roda da nuvem pode ser acessada a qualquer momento pode meio da web, o que ajuda empresários e gestores que muitas vezes precisam obter as informações em viagens ou visitas de negócios. A economia de gastos prometida pelo Core também impacta na automação de processos.

“Por exemplo, um processo de faturamento, que possui várias etapas (faturar, emitir boleto, emitir nota fiscal, enviar arquivo para o banco, etc) pode ter seu tempo reduzido de forma considerável com o uso da ferramenta, o que traz ganhos diretos para a empresa.”, explica o gestor.

Para Denis Carvalho, a simplificação dos processos proporcionada pela tecnologia não prejudica o mercado de trabalho fechando postos, como é um dilema que vem sendo discutido desde a Revolução Industrial. Ele afirma que a inovação é uma das grandes aliadas dos profissionais e das empresas, pois veio para ajudar as empresas e pessoas na execução das atividades.

“O que se fazia num determinado intervalo de tempo com um esforço qualquer, se faz hoje em menos tempo e com menos esforço. Neste cenário as pessoas têm a oportunidade de perder menos tempo em tarefas mais operacionais e podem se dedicar a tarefas mais táticas e estratégicas para seus negócios, principalmente em pequenas empresas, onde os recursos geralmente são mais limitados, o que tende a elevar o resultado das organizações. É a tecnologia a serviço das organizações, sempre proporcionando uma forma de oferecer o serviço a um custo menor e com maior qualidade”, explica Carvalho.

A Conta-gotas

No Ceará, economizar água é quase uma obrigação. Em 2017, a chuva veio dentro da média histórica, mas não ajudou a suprir a carência dos açudes do Estado. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), de fevereiro a maio, períodos das precipitações mais intensas, o volume médio observado foi de 552,6 milímetros, o maior desde 2011. Porém, atualmente os reservatórios, juntos, estão com 12% de sua capacidade.

Para evitar que consumidor gaste mais do que o necessário, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce) e a Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (ACFor) autorizaram, em suas respectivas instâncias, a implantação de revisão tarifária para o Estado e de contingência em Fortaleza e Região Metropolitana.

Entenda

A nova tarifa da Cagece começou a valer no fim de junho. Com a revisão média de 12,9%, o preço médio cobrado por m³ pelos serviços de água e esgoto da companhia passa a ser de R$ 3,17. Os valores cobrados são definidos de acordo com a categoria e a demanda de consumo de cada cliente. Já a tarifa de contingência, que tem por objetivo inibir o consumo excessivo, estipula aplicação de percentual sobre as tarifas que ultrapassem 90% do consumo médio anual. Neste caso, o percentual autorizado foi de 120% sobre o volume que ultrapasse a meta. Para simular os gastos, a Cagece disponibiliza um simulador que permite calcular a conta. Basta clicar neste link.

Enquanto os órgãos governamentais tentam encontrar soluções para a economia de água, estudantes e profissionais recém-formados criam soluções práticas e acessíveis para a proteção dos recursos hídricos. Nathália Paula de Oliveira, 21, e Abigail Matos, 18, estudantes do curso de Petroquímica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), do campus Caucaia, desenvolveram no fim do ano passado o sistema intitulado Reágua. O objetivo do projeto era reaproveitar a água que sobrava dos bebedouros da instituição de ensino.

Nathália Oliveira lembra que começou a pensar no projeto para cessar a problemática do desperdício ao ver a água que sobrava dos bebedouros sendo despejada no pátio e sem que tal recurso sem um destino devido, como tubulações de esgoto.

Ela explica que o sistema é composto por um sifão de PVC que liga a bandeja do bebedouro ao sistema de armazenagem, que é a bombona de 25 litros com uma torneira para vazão da água. Para dar mobilidade à bombona, foi desenvolvido um sistema de rodízios que possibilita a água de reúso ser encaminhada para suas diversas finalidades.

“No IFCE foi calculado um total de 1.010 litros de água economizada, o que equivale a mais de 50 galões de água de 20 litros, e essa água poderia estar sendo encaminhada para a população que sofre com a seca. Temos uma população total de 450 alunos, professores e técnicos administrativos, e essa quantidade economizada é proporcional à quantidade de pessoas nas instituições. O sistema pode ser acoplado em qualquer bebedouro a partir de porte médio sem distinção de marcas e modelos”, explica a estudante.

O Reágua já ganhou duas premiações no meio científico por sua inovação. Para tirá-lo do papel, as estudantes levaram cerca de três meses. Nathália afirma que projeto piloto foi avaliado em R$ 66. Para comercializá-lo não custaria mais de R$ 100, segundo a própria desenvolvedora.

Equipamento desenvolvido na faculdade promove o reuso da água que sobra dos bebedouros. FOTO: Divulgação
Equipamento desenvolvido na faculdade promove o reuso da água que sobra dos bebedouros

A jovem defende que o modelo seja levado para outras instituições que possuem bebedouros. Segundo ela, empresas poderiam economizar água e dinheiro com a instalação do sistema. Logo após seu lançamento, as criadoras do Reágua já estão desenvolvendo melhorias para que o sistema possa ser levado para grandes instituições, tornando a ferramenta mais autônoma, por exemplo.

Quem também buscou uma forma de economizar água por meio de inovação tecnológica foram os estudantes Julio Rocha, 23, do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, do IFCE de Quixadá, e Chellton Almeida, do curso de Engenharia Elétrica da Universidade de Fortaleza (Unifor). Ainda sem um nome definido, o projeto é um dispositivo que permite o desligamento automático dos chuveiros quando o usuário não está embaixo dele.

“Eu não dei um nome porque ainda não tornei um produto vendável; ainda não busquei uma forma de patentear. É um dispositivo que funciona com um sensor e uma válvula solenóide. Ele é acoplado aos chuveiros domésticos e só libera o fluxo de água quando a pessoa estiver em baixo; quando dá um passo para trás, ele para de funcionar”, explica Rocha.

O protótipo foi tirado do papel como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e deve passar por melhorias. Por enquanto o sistema apresentado foi feito com uma simples caixa de guardanapos. A intenção dos alunos foi inovar em prol da economia do consumidor.

“Esse tipo de tecnologia já existe, mas ela não é aplicada na economia doméstica. Por ser cara, torna-se inviável, principalmente para pessoas pobres. Apesar de ser benéfico a longo prazo, as pessoas não têm esse sentido ainda. Meu produto foi feito pra economizar e não para ganhar dinheiro. Para produzir, a gente gastou R$ 165, se fosse para ser vendido, seria uns R$ 200”, comenta o agora engenheiro recém-formado.

O próximo passo, explica Julio Rocha, é instalar uma bateria, pois é ligado à energia elétrica atualmente. Com isso, ele ganhará autonomia. O estudante explica que o gasto, mesmo ligando à tomada, é de cerca de R$ 0,50 por mês, mas provoca uma redução de 50% no consumo de água.

Para comprovar a eficácia do sensor, o então estudante avaliou e simulou a implementação em 1.454 casas a serem implantadas em uma região de Quixadá. Considerando que cada uma delas teria 4 pessoas que tomariam 2 banhos de 11 min por dia, cada. Com a economia de 60%, o resultado foi a economia de 767,7 mil litros de água diariamente. Os estudantes pensam em aprimorar o dispositivo por meio da ajuda de possíveis investidores.

Cabe mais um

A economia compartilhada no âmbito da mobilidade urbana ganhou força com a chegada do Uber. As tarifas ofertadas pelo aplicativo tornaram o uso mais acessível quando comparado aos serviços de táxi, por exemplo. Em meio a polêmicas, o transporte de pessoas em veículos provados vai se firmando. Além do app famoso no mundo inteiro estão outros não menos conhecidos como o 99 Taxi e o Easy Taxi, que também costumeiramente têm promoções para os consumidores.

Para quem pensa em economizar ainda mais, mesmo com os preços acessíveis dos coletivos, a carona pode ser uma boa opção tanto para o motorista como para o passageiro. Para o proprietário, receber uns trocados por ajudar alguém é uma forma de proporcionar alento para quem sofre com o caos dos ônibus.

Em validação prévia, foi percebido que:

Passagens
Custo: R$ 20 / semana
Combustível
Custo: R$ 50-100 / semana
93,6%
pagariam por carona
98%
ofereceram carona

Em meio ao cenário de violência de Fortaleza, oferecer carona a um desconhecido é complicado, mas quando este tipo de economia compartilhada acontece em um espaço onde a maioria das pessoas se conhece, a atitude é viável e proporciona redução de gastos. Foi pensando nisso que quatro estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) começaram a desenvolver o Rumbora, um aplicativo que visa o cadastramento de alunos da instituição de ensino para fomentar a carona.

Ainda no papel, a tecnologia está com cerca de 25% da sua produção. O estudante de Engenharia Elétrica e um dos criadores do serviço, Gabriel Marçal, de 20 anos, afirma que somente no campus do Pici, há mais de 10 mil pessoas circulando diariamente, incluindo aqueles que possuem carro, mas que andam sozinhos.

Com uma inspiração bem nordestina para o nome do aplicativo, a promessa é que a economia para o motorista seja de R$ 50 por semana e cerca de R$ 1 real para o usuário para cada viagem. A estratégia é usar o campus da UFC como incubadora. Para virar realidade, a tecnologia precisa de aporte de R$ 29 mil. Saiba mais sobre o Rumbora: