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Inovar é preciso e como novas áreas surgem todos os dias, cada vez mais pessoas estão procurando se especializar em funções que são novidade, ou não são tão conhecidas. A coach e consultora de Recursos Humanos Bernadete Pupo acredita que 2018 deve chegar com demanda para funções cada vez mais comuns no mercado internacional e que aterrissam com força no Brasil. No entanto, será preciso profissionais capacitados para preencher essas vagas.

Como é uma tendência que deve se estender por muitos anos, a tecnologia também dominará o mercado de trabalho. Funções como cientista de dados e especialistas DevOps e em cloud computing deverão ter os maiores salários, seguidos pelos gerentes de ecorrelações, que entram em cena para levar a sustentabilidade para as empresas que desejam ser mais verdes.

Ainda no segmento da tecnologia, temos o piloto de drone, que explodiu em 2017, sendo usado até por órgãos governamentais, como na proteção de áreas de preservação ambiental ou segurança de espaços públicos. Os profissionais que já pensam na aposentadoria criaram demanda para uma nova função: conselheiro de aposentadoria. O segmento pet entra na lista representado pelo groomer. Já o alfaiate digital, profissão que ainda está se criando nos Estados Unidos, deve chegar com força no Brasil em 2018.

1. Groomer

Salário: de R$ 700 a R$ 3.500*

*Depende da experiência na função

O segmento pet é um dos poucos que tem conseguido se destacar em meio à crise e, ao que tudo indica, ainda tem espaço para crescer. Em 2016, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram que há mais de 50 milhões de cães e 22 milhões de gatos no Brasil. Com base nesses números, é fácil entender como o mercado tem conseguido driblar a instabilidade econômica que vive Brasil.

Groomer em português significa tosador, ou mesmo um esteticista, mas enquanto o tosador somente apara os pelos, o groomer faz diferentes tipos de cortes em animais

Não só de ração premium e brinquedos importados vivem os animais de estimação. A parte de serviços, como banho e tosa, têm sido cada vez mais procurada por donos de bichinhos. Saúde e estética são os mais requisitados, onde tratamentos como escovação de dentes, hidratação de pelos, corte de unhas, ofurô com massagem, fisioterapia e acupuntura estão em alta para os amigos peludos. Apesar de existirem tantos serviços diferentes, a grande novidade fica por conta do groomer.

O trabalho do de profissional vai além da tosa, o objetivo é fazer cortes diferenciados. Groomer em português significa tosador, ou mesmo um esteticista, mas enquanto o tosador somente apara os pelos, para ser um groomer é necessário fazer um curso de tosador premium e realizar diferentes tipos de cortes em animais.

Normalmente atende raças raras, cujos donos procuram por uma tosa mais elaborada. O serviço varia entre R$ 60 e R$ 200.

Bernadete explica que esse profissional normalmente atende raças raras, cujos donos procuram por uma tosa mais elaborada. O serviço varia entre R$ 60 e R$ 200 e o salário do profissional pode ir de R$ 700 a R$ 3.500, dependendo da experiência na função.

2. Alfaiate digital

Salário: média salarial não definida

A média de alfaiate tradicional é R$ 2.500

A cada dia que passa, a tecnologia inova tarefas diárias, como ligar uma luz, que pode ser feita com um comando de voz, ou pedir o jantar, que pode ser entregue na porta de casa após alguns toques na tela do relógio inteligente.

Como a indústria da moda movimenta mais de US$ 2 trilhões anualmente, segundo o Bloomberg, ela não poderia estar de fora da lista de novas profissões. Uma das grandes promessas para o futuro, vinda da área da moda, é a alfaiataria digital, que já existe em alguns países do mundo, como nos Estados Unidos. Bernadete acredita que essa será uma atividade que promete emplacar em 2018.

Em 2 de janeiro deste ano, a Amazon registrou uma patente na qual um espelho de realidade mista veste o usuário com roupas virtuais. Essa patente pode ser apenas a continuação de dois projetos que a empresa tem em pleno funcionamento: a sua câmera fixa Echo Look, que tira fotos de corpo inteiro para fornecer sugestões de moda; e os seus algoritmos que projetam roupas para suas linhas próprias com base nas tendências da moda compartilhas no Instagram.

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Como está cada dia mais difícil ter um padrão de numeração de roupas, o alfaiate digital pode, com o uso de novas tecnologias, utilizar um sistema de Realidade Aumentada, como descreve a patente da Amazon, para oferecer uma "prova de roupas" ao cliente, que, assim, consegue experimentar produções de acordo com o seu gosto. Com o modelo escolhido e as medidas “tiradas digitalmente”, o profissional pode prosseguir com a confecção da roupa exclusiva sem que o usuário saia de casa.

Para entrar na área de alfaiataria digital é muito importante ter formação em moda e possuir ainda cursos extras em varejo digital, o que facilitará o ingresso nesse mercado de trabalho promissor.

De acordo com o Sine, a média salarial de um alfaiate tradicional é R$ 2.500. No entanto, como a profissão de alfaiate digital exige investimento do profissional em tecnologia, o valor do salário deve ser maior. Como a profissão é nova, ainda não existe uma média salarial definida pelos sites que estudam o mercado.

3. Gestor de ecorrelações

Salário: entre R$ 3 e 11 mil

*Depende da experiência e do porte da empresa

Com o aumento da conscientização ecológica, a sustentabilidade é hoje a palavra de ordem quando se refere a meio ambiente. Por isso, o gestor de ecorrelações figura entre as funções que lidera o ranking das profissões emergentes para 2018, segundo Bernadete Pupo. A atividade também está listada no ranking das profissões emergentes até 2020 da pesquisa “Carreiras do Futuro”, realizada pelo Programa de Estudos do Futuro (Profuturo) da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Ecorrelações é apenas uma designação atualizada para uma função já existente em algumas empresas de grande porte: o acompanhamento e monitoramento de suas ações frente à opinião pública, cuidando para que a ambição dessas grandes corporações sempre respeite o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável de comunidades que são afetadas por seus produtos e serviços de alguma forma.

Para exercer a profissão, é necessário que o interessado tenha formação na área ambiental, como engenharia, tecnologia ou gestão ambiental, ecologia, entre outras

Um gestor de ecorrelações tem suas funções baseadas em duas frentes: sustentabilidade e as ações da empresa que lhe emprega. O dever principal desse profissional é garantir o equilíbrio entre aquilo que a empresa produz (ou quer produzir) e o impacto ambiental causado resultante dessa produção. O gestor de ecorrelações pode ainda participar no desenvolvimento de projetos ambientais em nome de sua contratante.

Para exercer a profissão, é necessário que o interessado tenha formação na área ambiental, como engenharia, tecnologia ou gestão ambiental, ecologia, entre outras. O profissional também precisa incorporar conceitos verdes e entender de legislação inerente ao cargo (direito ambiental) para manter-se atualizado na profissão. Além disso, é fundamental que seja um bom comunicador, pois terá que intermediar conversas com consumidores, órgãos públicos, ONGs, etc.

Dependendo da experiência e do porte da empresa, o salário pode variar entre R$ 3 e 11 mil de acordo com pesquisas realizadas por Bernadete.

4. Piloto de drone

Salário: média de R$ 3.500

*Depende da experiência do profissional

Com a popularização e o aumento do número de drones no Brasil, a profissão de piloto de drone também ganhou espaço. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), são mais de 3 mil cadastros mensais de equipamentos no país desde maio de 2017, quando a regra que demandava o cadastro de drones foi emitida.

Registro de grandes eventos ou até mesmo casamentos e festas de 15 anos foram os primeiros usos dos drones, porém outras áreas, como a de segurança, têm se beneficiado com a utilização do equipamento

Uma das vantagens do equipamento é que ele é capaz de fazer imagens que um helicóptero não conseguiria, então seu uso pode variar. Registro de grandes eventos ou até mesmo casamentos e festas de 15 anos foram os primeiros usos dos drones. Este ano, a prefeitura de Santos (SP), usou um drone durante o Réveillon, para registrar a queima de fogos, mas com a popularização das "câmeras voadoras", outras áreas têm se beneficiado das imagens aéreas que o equipamento faz.

Na área de segurança, por exemplo, o drone pode ajudar a monitorar áreas específicas e reforçar a segurança em locais públicos e privados. O governo do Rio Grande do Sul usa o equipamento para elevar a segurança em praias, prevenindo furtos, localizando suspeitos, além de ajudar na busca por crianças que se perdem dos pais e em casos de afogamentos. Um drone está sendo usado pelo Instituto do Meio Ambiente de Brasília para monitorar áreas de preservação permanentes, como nascentes e vegetação nativa. Produtores rurais também usam a tecnologia para fazer imagens de suas plantações.

Com a alta desse tipo de profissional, o mercado oferece vários cursos preparatórios para o interessado entrar na área. Futuramente, existe a possibilidade da ANAC exigir uma prova de habilitação para credenciar os profissionais que vão operar esses equipamentos.

Segundo Bernadete Pupo, o piloto de drone ganha por dia trabalhado e o salário vai depender da experiência do profissional. De acordo com o site Catho, a média salarial é R$ 3.500.

5. Cientista de dados

Salário: entre R$ 13 e 16 mil

*Depende da formação e experiência

Especialista analítico que tem habilidades técnicas para resolver problemas complexos. Esse é o cientista de dados, uma das novas funções que deve gerar grandes mudanças em 2018. O trabalho do profissional consiste em analisar o big data, que é a grande massa de informações não estruturada disponível na internet em sites e redes sociais, considerada por muitas empresas uma mina de ouro. Com o profissional que saiba onde procurar e como usar esses dados, empresas podem traçar estratégias de marketing ou criar soluções para problemas que nem sabiam que existiam.

É um cientista de dados que constróis os algoritmos de sugestão de conteúdo do Netflix baseado no que o usuário já assistiu, os livros que a Amazon recomenda e o feed de atualiações do Facebook

O cientista de dados deve saber onde procurar e como coletar dados específicos para o negócio da sua empresa. Usando machine learning, ele pode criar algoritmos para ajudar na busca por esses dados. Já com o deep learning, o profissional consegue usar essas informações para modelar abstrações complexas. Tudo isso vai ajudar no processo de conversão dos dados brutos coletados em informações que podem ser de fato usadas pela empresa, como gráficos e planilhas.

Para trazer a profissão para o dia a dia, é um cientista de dados que constróis os algoritmos de sugestão de conteúdo do Netflix baseado no que o usuário já assistiu, por exemplo. Os livros que a Amazon recomenda usando como referência as últimas compras e o feed de atualiações do Facebook também são feitos através de algoritmos construídos por cientistas de dados.

A formação necessária para esse tipo de profissional é na área de ciências exatas, em cursos como ciência ou engenharia da computação, estatística, matemática ou física. Bernadete esclarece que existe uma previsão de aumento pela procura desse profissional em 2018, tendo em vista os orçamentos das empresas destinados às estratégias de marketing via rede social. O salário médio de um cientista de dados fica entre R$ 13 e 16 mil, dependendo de sua formação e experiência.

6. Especialista em cloud computing

Salário: entre R$ 3 e R$ 12 mil

*Depende da experiência e do porte da empresa

Guardar seus dados em um local seguro e poder acessá-los de qualquer canto mudou a maneira como as pessoas trabalham e se divertem. Não é mais necessário ir à locadora alugar um DVD, basta acessar uma loja virtual e assistir ao filme diretamente da nuvem da empresa. Funcionários podem acessar e-mail e informações da sua companhia de qualquer lugar, através do celular usando uma rede de dados móvel. Guardar informações em HD externo, pendriver e CD está se tornando cada vez mais obsoleto.

O profissional pode vir de diversas áreas de estudos, como estatística, matemática, ciência ou engenharia de computação

Como o armazenamento de informações na nuvem é uma das áreas que mais cresceu dentro da tecnologia da informação nos últimos anos, boas oportunidades para os profissionais de TI devem continuar aparecendo.

O especialista em cloud computing é responsável pela infraestrutura física da nuvem, bem como analisar os indicadores do ambiente computacional para gerenciar a otimização dos recursos. O objetivo do trabalho é ter a certeza de que as soluções funcionem de acordo com a necessidade dos clientes em relação a disponibilidade e desempenho dos dados. O especialista em cloud computing ainda pode ter funções mais específicas, como arquiteto de soluções em nuvem ou especialista em integração.

O profissional pode vir de diversas áreas de estudos, como estatística, matemática, ciência ou engenharia de computação. O especialista em cloud computing deve ter conhecimentos em linguagens de programação e bancos de dados, virtualização de sistemas, além de conhecimentos em sistemas específicos como Linux e macOS. Saber criar APIs (Application Programming Interface) é um diferencial, mas entender de segurança da informação é indispensável.

Para especializar-se, existem cursos específicos e certificações, como Cloud Open Exam, EXIN Cloud Computing Foundation, Cloud Essentials e Cloud+, Certified Cloud Security Professional e Certified Information Systems Security Professional.

O salário médio para o profissional varia entre R$ 3 e R$ 12 mil dependendo da experiência e do porte da empresa, esclarece Bernadete Pupo.

7. Conselheiro de aposentadoria

Salário: média salarial não definida

*O valor geralmente é cobrado por projeto e varia de acordo com a experiência

Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013, o Brasil terá cinco milhões de idosos com 90 anos de idade ou mais em 2060. É uma população de quase onze vezes maior do que o número divulgado em 2013, de 473 mil. A expectativa de vida média em 2060 chegará a 81 anos, sendo 78 anos para os homens e 84 para as mulheres.

Ensinar a poupar, investir e buscar quais seriam as melhores escolhas para ter maior retorno financeiro no futuro é uma das funções do conselheiro de aposentadoria

Com o aumento da expectativa de vida das pessoas, existe um caminho promissor para o conselheiro de aposentadoria no Brasil. O objetivo principal do profissional é cuidar da contabilidade, finanças e carreira do seu cliente, ajudando a planejar a vida do futuro aposentado. Ele também pode dar assistência para idosos que estão se aposentando ou que já são aposentados. Juntamente com o seu cliente, o profissional ainda pode criar um novo plano de vida que envolve desde a saúde do aposentado e até mesmo uma nova carreira para a sua vida pós-aposentadoria, já que muitos estão voltando ao mercado de trabalho.

O conselheiro de aposentadoria deve ensinar o seu cliente a poupar e investir, procurando dentro das possibilidades de cada um, quais seriam as melhores escolhas para ter maior retorno financeiro no futuro. No caso de pessoas que desejam se aposentar, o profissional vai analisar em que idade o cliente deve se aposentar de acordo com a renda que ele deseja ter.

O conselheiro de aposentadoria deve, antes de qualquer coisa, gostar de lidar com o universo de pessoas idosas, já que quem se aposenta hoje tem pelo menos 50 anos. A formação superior pode ser em áreas de exatas, como economia, administração, contabilidade ou área de humanas, mas sempre com conhecimentos específicos nas áreas de finanças, contabilidade, empreendedorismo, gestão de pessoas e carreiras, cálculos atuariais, práticas culturais e serviços previdenciários, além de conhecimentos em processos de aposentadoria.

O valor geralmente é cobrado por projeto, o que pode variar de acordo com a experiência. Esse programa pode ser individual ou em grupo. Como a profissão é nova, ainda não existe uma média salarial definida para o profissional pelos sites que estudam o mercado.

Outras opções

Além das profissões citadas pela consultora de Recursos Humanos, Bernadete Pupo, algumas instituições também apontam outros cargos pouco conhecidos entre as pessoas. O diretor Fábio Nogueira, da Wyser, empresa especializada em recrutamento e seleção para média e alta gerência, afirma que a grande maioria das profissões de TI não são muito conhecidas do público. Uma delas é o de desenvolvedor de softwares embarcados, que trabalha com wearables, ou tecnologias vestíveis, em português. "Trata-se da transformação de equipamentos tradicionais em aparelhos conectados à internet, como os relógios inteligentes, as geladeiras e televisões inteligentes, entre outros. São profissionais de desenvolvimento e engenharia da computação. Profissionais que conseguem colocar o algoritmo dentro de dispositivos comuns. O conceito é bastante curioso e, por isso, a profissão também é curiosa", comenta Fábio Nogueira.

Já a gerente executiva de seleção do grupo MRH de Fortaleza, Valéria Mota, afirma que a profissão de atuário é uma aposta para este ano. O profissional já tem um campo relativamente estabilizado nos Estados Unidos, mas ainda há muito espaço para crescer no Brasil, especialmente porque a profissão ainda é desconhecida no País.

O atuário tem a responsabilidade de analisar e oferecer projeções estatísticas para as empresas que o contrata. É o profissional que vai assessorar na tomada de decisão de uma instituição, com base nas estatísticas, que muitas vezes possuem cálculos de riscos. Ou seja, a profissão lida o tempo todo com a matemática. Valéria Mota destaca que é o atuário, por exemplo, quem verifica projeções financeiras para a coletividade, como seguros, fundos de pensões, planos de saúde e outros. O salário, de acordo com ela, é entre R$ 3 e R$ 5 mil.