Texto: Felipe Lima Publicado em 24.07.2017

Fazer a diferença em prol do outro advém de atitudes simples. Em Fortaleza, como na maior parte das capitais brasileiras, o cenário de desigualdade visível nos grandes aglomerados de miséria clama por mudança. Apesar dos muros invisíveis que separam ricos e pobres, dados mais recentes do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil mostram que a Capital possuía Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de 0,754, em 2010, o que situava a cidade na faixa de Desenvolvimento Humano Alto. Em 1991, este número era 0,546.

Apesar da melhora ao longo dos últimos anos, a reversão do quadro de pobreza em grande parte dos bairros de Fortaleza ainda exige esforços do poder público. Ações voltadas para o saneamento básico, geração de emprego, meio ambiente entre outras, estão acontecendo. Porém, há uma outra grande força que vem transformando o cenário da cidade: ações sociais de pessoas comuns.

Movidos em direção ao bem-estar do próximo, grupos unem-se para transformar a realidade de bairros pobres da Capital. São pessoas de peito aberto, muitas vezes sem recursos financeiros, envolvidas em atividades simples que causam verdadeiros milagres, mesmo que pequenos. Encarando a realidade de cada espaço, jovens e adultos conciliam e cooperam por meio do conhecimento de vida, profissional ou acadêmico. Deste modo, uma imensa rede de colaboradores contribui para desenvolvimento da 5ª maior cidade do País.

Além de proporcionar melhorias e dar oportunidade àqueles que estavam sem voz e vez, o voluntariado proporcionado por pessoas comuns e coletivos independentes promove uma verdadeira mobilização social em prol da busca por direitos.

Gol de placa

O que Jardel (ídolo do Grêmio), Pablo (principal zagueiro do Corinthians na atualidade), Victor (goleiro campeão pelo Atlético Mineiro); Réver (um dos xerifes do Flamengo) e Mota (um dos atacantes que mais deram alegrias ao Ceará nos anos 2000) têm em comum? Além de grandes nomes do futebol nacional e mundial, todos eles foram descobertos por um paraibano adotado por Fortaleza: o ex-jogador e técnico Edmundo Silveira.

Fora dos holofotes, ex-jogador que dar chance a novos atletas
FOTO: Jean Victor Cunha

Visto como o ‘goleiro do futuro’, seus quase 2 metros de altura fizeram com que ele rodasse o País ainda jovem. Sucesso por onde passou, Edmundo trabalha hoje buscando revelar outros craques. Desta vez fora dos holofotes, mas em prol da causa social. No bairro Henrique Jorge, onde mora com a família, ele mantém, com apoio de colegas do esporte, um centro de treinamento para adolescentes que sonham em tornar-se jogadores profissionais.

Guiados pela história do ex-atleta, meninos e meninas que poderiam ser iscas da violência que assola Fortaleza agora driblam as dificuldades de viver em um bairro pobre da cidade. Na academia de futebol do “professor Edmundo”, não calçam-se as chuteiras antes de cumprimentar os colegas. É preciso desejar bom-dia, pedir licença e agradecer. Lá, não se aprende só a bater na bola, mas também a respeitar os iguais.

Para aqueles que também sonham em construir uma vida por meio do esporte ou simplesmente se divertir, a Prefeitura de Fortaleza oferta o programa Atleta Cidadão. Ele oferece à população o acesso gratuito ao esporte e lazer por meio de aulas regulares dentro das comunidades, com a realização de atividades físicas e brincadeiras. As modalidades são variadas. Além do futebol, há atletismo, vôlei e até mesmo duathlon aquático, entre outras opções. Podem participar crianças a partir de 8 anos de idade e jovens até 20. Na Capital, o Atleta Cidadão está em 48 locais. Veja lista aqui.

Criado em junho de 2014 pelo prefeito Roberto Cláudio, o Projeto Areninhas vem buscando requalificar campos de futebol em bairros com alto índice de vulnerabilidade social. Já são 22 equipamentos espalhados pela cidade. De acordo com a Secretaria de Esporte e Lazer (Secel), por semana, 190 jogos são realizados por projetos sociais, beneficiando diretamente 6.441 cidadãos.

Resgatando juventudes

Alécio Fernandes, ou simplesmente D’Leste, apelido que ganhou por surfar na praia da Leste Oeste, em Fortaleza, poderia ter sido mais um jovem vítima do crime, mas sua ligação com a arte e cultura logo o desviou dos caminhos que muitos adolescentes de uma das áreas mais perigosas da cidade acabaram seguindo.

D'Leste quer unir moradores da periferia em torno da paz e do desenvolvimento da juventude
FOTO: Jean Victor Cunha

Nascido e criado no bairro Carlito Pamplona, o garoto de sorriso fácil e cabelo em constante movimento logo ao 17 anos entrou para para o projeto ‘Patrimônio para Todos’, da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho. De lá, foi para o Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte da Barra do Ceará (Cuca Barra) e tornou-se socioeducador.

Bastante envolvido com projetos voltados para a juventude da periferia, D’Leste passou a realizar atividades no projeto ‘Aqui Tem Sinal de Vida’, cujo objetivo era criar uma biblioteca para a população carente do morro do Santiago, na Barra. A missão foi cumprida. Mas não parou por aí.

No fim de 2016, junto a outros jovens, o surfista criou o Coletivo Natora, que promove diversas ações em uma pequena praça do Carlito, onde mora. O local, que era abandonado, ganhou uma nova cara, recebe saraus, cinema e até mesmo campeonato de travinha para a criançada. Além da ocupação por moradores, que antes eram de gangues rivais, a praça ganhou até um morador ilustre, o bode Brito.

Tornar a periferia um ambiente de paz por meio da criação de um vínculo com a comunidade está entre as principais intenções do Coletivo. Como desconstruir os índices de violência e os estigmas carregados pela população pobre e negra estão entre os questionamentos feitos diariamente pelos integrantes.

Arte e educação que transformam

A educação é um dos principais catalisadores do desenvolvimento humano. Por meio dela, crianças e adolescentes podem sonhar com um futuro melhor, mas isso não é uma grande novidade. Apesar disso, ela continua levando esperança, principalmente para pessoas que não têm condições de ter acesso ao Ensino Superior privado, por exemplo.

Mesmo com as melhorias no sistema de ensino do Estado e, consequentemente em Fortaleza, jovens da periferia ainda estão à margem da sociedade quando o assunto é educação. Para suprir a falta de oportunidades ou até mesmo incentivar o estudo, verdadeiros anjos estão doando seu conhecimento, entre eles está o professor de Geografia Djacyr de Souza, que há mais de 10 anos realiza atividades no cursinho comunitário ‘Vem Ser - Aprendizes de Papel’.

Juliana Freitas
No Circo Escola meus filhos se divertem e aprendem muito a partir da convivência com as outras crianças
Juliana Freitas, 28 anos
Giovanna Freitas
O que mais gosto aqui é brincar de jabolô, mas também quero aprender a andar de perna de pauta. Aqui eu me divirto muito
Giovanna Freitas, 10 anos

A ação beneficia a população do bairro Conjunto Esperança e entorno com aulas preparatória para o vestibular e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além do currículo tradicional de disciplinas, os professores, que já passaram pelo próprio projeto, realizam também aulas interdisciplinares, como visitas a parques ecológicos. Nos últimos anos, diversos alunos já conseguiram chegar até a universidade.

Além de lecionar no projeto, o professor Djacyr, que já carrega cerca de 30 anos de voluntariado em ações sociais, também apoia atividades artísticas na Escola Circo Social Respeitável Vida, do Instituto Intervalo, no bairro Castelão. No projeto, o objetivo é contribuir para o desenvolvimento social e humano, utilizando a cultura e as artes circenses como elemento central para a geração de múltiplas oportunidades de ascensão pessoal e coletiva para a população carente.

Para o superintendente do Instituto, Alencar Lage, os resultados das atividades aprendidas no projeto cultural se mostra na relação com os demais. No local, mães também são incluídas nas ações, para que ganhem também qualidade de vida. Lá, muitos dos beneficiados não possuíam esperança, pois perderam pais e irmãos para a violência. Como proposta de externar estas dores, os alunos representarão a própria vida no espetáculo “Metamorfose”.

Lixo que dá vida

O lixo que surge do fim, deu início à luta de uma menina que, ainda aos 12 anos, teve que buscar resíduos recicláveis no extinto aterro do Jangurussu, na periferia de Fortaleza, para sobreviver. Guiada pelos pais, que eram retirantes que fugiam da seca que assolava o Ceará, Marian Lilian Teixeira, hoje com 37 anos, é uma das principais representantes dos catadores de resíduos de Fortaleza e Região Metropolitana.

Aqui no espaço é dividido por tarefas. Tem equipe para sair, tem que carrega, tem quem separa. Tem também a parte administrativa. É tudo organizado
Lilian Teixeira, representantes dos catadores de resíduos de Fortaleza e Região Metropolitana

Quis o destino que aquela menina que subia e descia as rampas do lixão se tornasse uma guerreira em busca de melhorias para pessoas que colaboram intensamente para o meio ambiente. Atuando na Associação dos Catadores do Jangurussu (Ascajan), Lilian mobiliza outros dois grupos na Capital e dois na RMF como coordenadora da Rede Estadual de Catadores e Catadoras . Com orgulho de sua história, ela espera reciclar mais e mais vidas.

“Reciclar foi o único sustento que minha família teve. Minha mãe teve 10 filhos, um foi abortado e morreu, outros foram mortos. O lixão era dividido em territórios. Os homens, que tinham mais força, carregam. As mulheres ficavam esperando os carros depositarem os resíduos. Era uma quantidade grande. A gente trabalhava de dia e de noite. Não tinha horário e , muitas vezes, era cada um por si”, conta.

Após o fim do aterro, em 1998, os catadores que buscavam resíduos no lixão acabaram ficando sem local específico de trabalho. Foi então que resolveram montar uma cooperativa para organizar a coleta. Lilian estava lá. Na Ascajan, a maior parte do trabalho é feito por mulheres. Guerreiras que fazem a triagem do material, limpam, separam e enviam para a comercialização.

“Aqui no espaço é dividido por tarefas. Tem equipe para sair, tem que carrega, tem quem separa. Tem também a parte administrativa. É tudo organizado”, explica a presidente.

Da falta de oportunidades na vida, homens e mulheres de Fortaleza veem na catação de lixo a uma verdadeira oportunidade de renda e dignidade. Para os associados, a renda média conquistada a cada 12 dias é de cerca de R$ 300. Lá, tem hora para entrar e para sair.

Para quem participa regularmente das atividades da Ascajan, tem direito a receber igualmente aos demais, participar das melhorias conquistadas com as lutas de classe. Não é preciso enfrentar o sol da cidade diariamente, pois o galpão recebe materiais gerados por grandes empresas, como shoppings. No total, o grupo tem mais de 70 pessoas.

Apesar de viver do lixo reciclável, Lilian defende uma maior educação por parte do fortalezense e dos grandes produtores, como a Construção Civil. Para ela, Fortaleza encontra-se suja devido ao descarte errado e a produção em massa desnecessária.

“Às vezes, a coleta não é tão regular, mas a questão é a sociedade. Ela tem que saber que também é responsável pela cidade. É uma questão de responsabilidade compartilhada. É preciso se preocupar também antes de produzir. É preciso questionar se aquilo que eu tô produzindo é realmente necessário. Eu tenho que ter a noção qual a destinação aquilo vai ter. No contexto todo, falta educação”, defende a coordenadora da rede.

Preocupada com o bem-estar dos associadas e com o meio ambiente, a catadora ressalta que hoje o seu trabalho é de cada vez mais conscientizar as pessoas. Para ela, o começo se deu por necessidade, mas hoje se dá em prol da transformação social.

“Se você pensar, nossa mão de obra é uma das principais para a cidade. Se a gente alertar para que o cidadão olhe o seu contexto, se importar com o ambiente que eu estou morando, estaremos ajudando. Se a gente pensar no presente, como ficarão as pessoas que ainda virão?”, questiona Teixeira.

A catadora afirma que o que faz com que ela acorde cedo e lute em busca de melhorias é a própria história da família. “São pessoas descartadas, sem condições educacionais. Nós abraçamos todos eles. Eu acredito muito nas pessoas”, complementa.

Até maio deste ano, Fortaleza tinha cerca de 270 catadoras e catadores acompanhados diretamente pela Rede Cáritas Ceará, que desde 1995 acompanhada o trabalho dos profissionais no Estado. A organização humanitária busca entender os catadores como sujeitos e acompanhar as lutas por melhorias de trabalho. Conforme a Rede, para garantir a sustentabilidade produtiva com elevação da renda do catador, a média de material reciclado por empreendimento deveria ser de 100 toneladas por mês. Atualmente esse número está em 30 toneladas.

O verde que nos habita

Cuidar do meio ambiente é um dos caminhos para a boa convivência com a cidade. Como nas grandes metrópoles do País, o crescimento urbano acabou afetando diretamente o verde. Para que esta importância aumente, é preciso entender o meio ambiente como parte de cada um de nós. Essa ideia é defendida pelo ambientalista e socioeducador Cleylson Almeida, de 35 anos, do Coletivo Plante um Ipê.

(...) começamos desenvolver oficinas de reutilização da água e matéria orgânica de forma auto sustentável para que a comunidade pudesse ter acesso ao bens naturais
Cleylson, socioeducador no Cuca Jangurussu

Envolvido com as causas ambientais desde o início dos anos 2000, quando junto aos moradores que viviam próximo à lagoa da da Itaperaoba, no bairro Serrinha, buscou realizar intervenções para a limpeza do reservatório, que ainda hoje, segundo ele apresenta poluição. Porém, a Prefeitura já realizou os serviços de desassoreamento e limpeza da Lagoa da Itaperaoba, no mês de junho deste ano. A ação permitiu a retirada de cerca de 28 mil metros cúbicos de vegetação aquática, lixo e resíduos sólidos.

Cleylson, que é chamado pelo colegas de Paul desde criança, seguiu seu trabalho social por meio da participação em projetos como o Crescer com Arte, no Jangurussu. “Como educador, eu acabei aprendendo muito sobre questões ambientais. Com as mulheres catadoras entendi a importância de separar o lixo e dar o destino certo para ele”, relembra.

Com a experiência obtida nos movimentos sociais, Cleylson passou a atuar no Cuca Jangurussu em 2013. Lá, teve o primeiro contato com a permacultura, que é um sistema cuja intenção é integrar o homem à natureza.

“Praticando isso começamos desenvolver oficinas de reutilização da água e matéria orgânica de forma auto sustentável para que a comunidade pudesse ter acesso ao bens naturais. Passamos também a fazer experimentos como o cultivo de plantas nativas e farmácias vivas”, conta o socioeducador.

Cleylson Almeida busca o maior envolvimento dos moradores da periferia com as causas ambientais FOTO: Reinaldo Jorge
Cleylson Almeida busca o maior envolvimento dos moradores da periferia com as causas ambientais FOTO: Reinaldo Jorge

Com o trabalho no órgão municipal, ele passou a propor que os jovens atuassem também fora das estruturas do Cuca. Foi então que começaram as atividades do Coletivo Socioambiental, em 2014. A primeira missão foi buscar recuperar a lagoa das Pedras, que estava poluída.

“Essas ações não tinha um direcionamento institucional. Elas partiram de um demanda coletiva, no caso esse grupo de jovens que participavam de oficinas e forma se identificado com a causa ambiental”, explica Paul Almeida.

O seu trabalho foi ganhando cada vez mais força e a lagoa foi então limpa. Ele afirma que a luta não foi fácil, por precisou, junto aos demais moradores, ‘agitar o poder pública. A mobilização virou até um pequeno documentário que pode ser visto gratuitamente por meios de redes sociais.

O jovem não parou por ai. Foi então que surgiu o Coletivo Plante um Ipê há cerca de um ano. O projeto surgiu após a ampliação do seu trabalho no bairro Jangurussu. Com apoio da Pastoral Operária do igreja da região, ele e outros moradores reúnem-se para plantar árvores nativas em uma espaço de cerca de 1 hectare.

“A gente está fazendo um viveiro com plantas da região. Nossa intenção é fazer um diálogo concreto com o pessoal que tá muito nessa lógica de plantas exóticos. Isso acaba tendo um impacto no ecossistema. O problema que isso acaba também chegando às tubulações, por exemplo”, diz Paul.

No Coletivo, as reuniões acontecem geralmente nos fins de semana. Entre as atividades estão a discussão sobre a vegetação nativa e a plantação de mudas. Além disso, o grupo busca discutir temas atuais como o preconceito e a violência. Sem ganhar dinheiro com tais ações, o líder do movimento afirma que isso é um verdadeiro grito de socorro.

“Eu tive a oportunidade de ser um sobrevivente. Em Fortaleza já perdi muitos amigos para a violência, o que eu chamo de extermínio da juventude negra e pobre. A minha força de sempre estar à frente dessa luta tem muito dessa busca por ressignificação, de estar vivo. Nós queremos construir uma discussão política na perspectiva ambiental que gere novos lutadores. O desafio é que o homem não se veja fora do ambiente, mas como parte dele”, finaliza.

Inspirados pelo Coletivo Plante um ipê, jovens atendidos pelo Cuca Jangurussu resolveram montar um projeto voltado também para o meio ambiente. Liderados pelo estudantes Tiago Victor, de 24 anos, eles montaram o Botando Vidas, que visa a organização de uma farmácia viva no entorno da comunidade do Campo Estrela. Eles foram contemplados com o Edital Ação Jovem e receberam R$ 4 mil para realizar as ações.

A gente pensou em fazer esse projeto porque falta muita coisa para a comunidade. Se vendo como parte da natureza, a gente consegue encontrar saída
Bia Oliveira, 25 anos
É um assunto que está em nosso dia a dia. Na nossa frente. Está faltando o povo acordar para este problema da falta de saneamento. Como podemos brotar vidas
Francisco Maycon, 16 anos
Eu sonho em ver as comunidades tendo pelo menos o mínimo. Elas não sabem o que é saneamento. Sonho com pessoas lutando por seus direito
Tiago Victor, 24 anos

Lançado no último dia 15, o projeto contará com rodas de conversa sobre a importância do meio ambiente e uso de plantas medicinais em detrimento de farmacêuticos. Até o fim do mês, comunidades da Regional IV serão contemplados com as atividades.

“Tudo começou a partir dos nosso envolvimento com os educadores sociais do Cuca e do Coletivo Plante um Ipê. A gente acabou se interessando pela parte ambiental, que não vimos que ela não é separada do cotidiano da população. A gente faz uma mescla para a população entender que a gente precisa se voltar mais para a natureza, que é um forma de resolver problemas sociais do dia a dia”, explica Tiago Victor.

Para suprir a falta de saneamento básica na comunidade, o Brotando Vidas propõe alternativas para a saúde na periferia. Segundo o projeto, a ideia é, através do resgate histórico do uso de plantas medicinais, proporcionar uma vida melhor para os mais pobres.

O edital Ação Jovem, no qual o projeto “Brotando Vidas” faz parte, é lançado a cada ano e está em sua 6° edição. Nesta edição, 15 projetos foram contemplados, sendo cinco por Cuca. Para além desse edital, a Rede disponibiliza o Edital de Protagonismo Juvenil, que faz parte do Programa Integrado de Políticas Públicas de Juventude (PIPPJ), executado pela Prefeitura de Fortaleza e com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cuja objetivo é apoiar financeira e institucionalmente a execução de projetos sociais de forma a promover e fortalecer o protagonismo dos jovens na transformação do cotidiano de toda a sociedade fortalezense. O edital que ofertou 1,6 milhão na sua segunda edição, sendo ofertado 1,1 milhão na edição primeira, totalizando nos dois 115 projetos.