Publicidade

Texto: Jacqueline Nóbrega Publicado em

Alguns cargos ao redor do Brasil são conhecidos pelos altos salários, como é o caso do auditor fiscal. No entanto, você sabe quais são os pré-requisitos para exercer a função? A profissão de prático também é conhecida pela alta remuneração, principalmente por quem se forma na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM). Mas você sabia que a profissão, 'reduzida' em manobrar navios nos portos, traz grandes responsabilidades?

Publicidade

Outras funções não exigem concursos para bons salários, como é o caso de diretor de recursos humanos. Listamos, nesta matéria do Diário Plus, alguns cargos que pagam excelentes salários no mercado de trabalho, sejam eles públicos ou não.

Oficial de Inteligência
Setor público

Os profissionais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) dividem-se em três grandes áreas de atuação. O oficial de inteligência, por exemplo, atua na área de produção. As atribuições desempenhadas no cargo consistem no processamento de informações sobre temas estratégicos. O analista produz relatórios de inteligência para orientar a tomada de decisão do usuário, geralmente a Presidência da República, que utilizará o conhecimento disponibilizado no documento como subsídio para decisões e políticas governamentais. Questões geopolíticas, ameaças terroristas, espionagem estrangeira e avaliações de risco são exemplos de áreas de atuação do analista.

Sede da Agência Brasileira de Inteligência, em Brasília Foto: Reprodução/Abin

De acordo com a assessoria de comunicação da Abin, o valor para início de carreira do oficial de inteligência é de R$ 16.620,46. No último nível de carreira, o subsídio chega a R$ 23.595,39. A carga de trabalho é de 40 horas semanais, de acordo com edital do concurso mais recente para a Abin, que teve as inscrições encerradas em 31 de janeiro. As provas devem acontecer em março. O concurso é para 300 vagas, sendo que 220 são para o cargo de oficial de inteligência.

Carreira

As carreiras de Inteligência da ABIN contam com quatro cargos: oficial de Inteligência, oficial técnico de Inteligência, agente de Inteligência e agente técnico de Inteligência. As duas primeiras são de nível superior e as duas últimas de nível médio.

O profissional de Inteligência poderá atuar em diversas áreas da Agência. Após ingressar na ABIN, a lotação do servidor é feita com base em critérios que levam em conta a colocação no concurso público, as competências técnicas, as habilidades profissionais e as aptidões pessoais, de modo a privilegiar o atendimento das necessidades da instituição e a valorização do profissional.

Oficial de inteligência Nível Área de produção
Oficial técnico de inteligência Nível superior Área de apoio
Agente de inteligência Nível médio Área de produção
Agente técnico de inteligência Nível médio Área de suporte
Grupo informação Níveis médio/superior Áreas de produção e suporte
Grupo apoio Níveis médio/superior Área de suporte

Mais informações

www.abin.gov.br

Prático
Setor público

De acordo com a assessoria de comunicação social da Diretoria de Portos e Costas, o prático é o aquaviário que presta o "serviço de praticagem", que é o conjunto de atividades profissionais de assessoria ao comandante da embarcação, requeridas por força de peculiaridades locais que dificultem a livre e segura movimentação do navio. Estes profissionais atuam em Zonas de Praticagem.

O prático é o aquaviário que presta o "serviço de praticagem" Foto: Reprodução/Revista do Conapra
No último concurso, o salário do Prático chegava a R$ 130 mil. Não há previsão para um novo edital

Em Fortaleza, por exemplo, existem duas Zonas de Praticagem, de acordo com o site do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra): em Fortaleza e no Pecém. Ao todo, são 22 Zonas ao longo da costa brasileira. A profissão existe no Brasil há mais de 200 anos.

Saiba mais

"O prático é um profissional habilitado pela Marinha do Brasil e que possui o conhecimento das águas em que atua, com especial habilidade na condução de embarcações, devendo estar perfeitamente atualizado com dados sobre profundidade e geografia do local, o clima e as informações do tráfego de embarcações"

FONTE: Conapra

O ingresso na carreira de prático se dá exclusivamente por processo seletivo. O último concurso para o cargo foi iniciado em 2012 e finalizado em 2013. Após aprovado, o candidato passa por treinamento de 12 a 15 meses, quando então será submetido a exame final pela Marinha. Ainda de acordo com a Diretoria de Portos e Costas, não há previsão para um novo edital. O salário do último concurso podia chegar a R$ 130 mil.

Dentre os pré-requisitos para exercer o cargo, estão idade mínima de 18 anos, ter nível superior em qualquer área e habilitação de mestre marítimo amador. Veja como tirar a habilitação clicando aqui.

Outro lado da moeda

De acordo com o Conapra, no Brasil, a remuneração máxima mensal do prático gira em torno de R$ 30 mil. Porém, há Zonas de Praticagem onde não se pode garantir nem 10% desse valor. Esse total pode ser aumentado através da participação dos lucros distribuídos a cada três meses, já que a atuação de cada prático exige uma estrutura administrativa por uma empresa com extensa folha de despesas administrativas, trabalhistas, fiscais e, sobretudo, com a logística necessária à realização da atividade. "Tecnicamente, prático não recebe salário. Ele é sócio de uma empresa que presta o serviço de praticagem aos armadores na Zona onde atua. Os ganhos dos sócios variam muito de acordo com a demanda de serviço em cada Zona de Praticagem", explica Rodrigo March, assessor de comunicação do Conapra.

Veja aqui a cartilha da praticagem: praticagemdobrasil.org.br/cartilha-da-praticagem

Procurador do Trabalho
Setor público

O Ministério Público do Trabalho é o ramo do Ministério Público da União que tem como atribuição fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista quando houver interesse público, procurando regularizar e mediar as relações entre empregados e empregadores.

A Procuradoria Geral do Trabalho tem sede em Brasília e nela atuam o procurador-geral, o vice-procurador-geral, os subprocuradores-gerais e procuradores regionais eventualmente designados.

Composição e organização

Procurador-geral do Trabalho

É o chefe do Ministério Público do Trabalho. Será nomeado pelo procurador-geral da República dentre integrantes da instituição com mais de 35 anos de idade, com cinco anos na carreira, integrante de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores, para um mandato de dois anos, permitida uma recondução, observando o mesmo processo.

O ingresso dos membros do MPT se dá mediante concurso público para o cargo de procurador do trabalho e após dois anos de efetivo exercício ocorre o vitaliciamento. Os procuradores do trabalho oficiam perante os juízes das Varas do Trabalho. No decorrer da carreira, o Procurador do Trabalho pode ser promovido ao cargo de Procurador Regional do Trabalho e de Subprocurador-geral do Trabalho sucessivamente.

Procurador Regional do Trabalho

Os procuradores regionais do trabalho atuam perante os Tribunais Regionais do Trabalho.

Subprocurador-geral do Trabalho

Os subprocuradores-gerais do trabalho atuam junto ao Tribunal Superior do Trabalho.

O valor da remuneração inicial é R$ 28.947,55, de acordo com a assessoria de comunicação do Ministério Público do Trabalho. Como já existe um concurso vigente para o cargo, não existe previsão para o próximo.

Existem 24 Procuradorias Regionais do Trabalho (PRTs) em funcionamento, sendo 23 nas capitais dos estados e uma com sede na cidade de Campinas/SP. Nas Procuradorias Regionais, os trabalhos são articulados por uma coordenadoria de órgão interveniente e uma de órgão agente. Os membros que atuam nas PRTs instauram os procedimentos para investigar as denúncias e adotam as medidas necessárias quando comprovadas irregularidades.

Vale destacar que o MPT criou oito coordenadorias nacionais temáticas a partir das irregularidades mais graves e recorrentes enfrentadas no dia a dia dos procuradores. As coordenadorias promovem discussões sobre suas respectivas áreas, definem estratégias e articulam planos nacionais de ações. São elas: Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho; Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo; Coordenadoria Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Emprego; Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical; Coordenadoria Nacional de Combate às Irregularidades Trabalhistas na Administração Pública; Coordenadoria do Trabalho Portuário e Aquaviário; Coordenadoria de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho e Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente.

Veja mais na cartilha MPT de A a Z.

Defensor Público
Setor público

O defensor público presta assistência jurídica ao cidadão que não tem dinheiro para arcar com os custos do processo judicial. São profissionais pagos pelo estado, que precisam de concurso público para fazer parte da carreira.

Para ser defensor público federal, o candidato deve ser bacharel em Direito há três anos, no mínimo

Existem as Defensorias Estaduais, que atuam no âmbito da Justiça estadual, e a Defensoria Pública da União (DPU), atuante na esfera da Justiça especializada da União, podendo atuar em questões relacionadas ao INSS, Caixa Econômica Federal, pedidos na área da saúde pública, como medicamentos e tratamentos, Receita Federal, Ibama, educação, entre outros temas.

Sede da Defensoria Pública da União no Ceará Foto: Divulgação

O defensor público federal atua individual e coletivamente, em causas internacional, penal e trabalhista em favor de grupos vulneráveis, como quilombolas, indígenas, consumidores, portadores de necessidades especiais e comunidade LGBTI.

Para concorrer a vaga para defensor público federal, o candidato deve ser bacharel em Direito há três anos, no mínimo.

Existe a expectativa da realização de concursos futuros. De acordo com o último edital do concurso público para o cargo, realizado em 2017, a remuneração ofertada aos convocados era de aproximadamente R$ 22 mil, segundo a Assessoria de Comunicação Social da Defensoria Pública da União.

Auditor-fiscal
Setor público

O último concurso para o cargo de auditor-fiscal da Receita Federal aconteceu em 2014, de acordo com a seção de comunicação da 3ª Região Fiscal da Receita Federal. Eram 278 vagas abertas a candidatos com qualquer formação superior.

Não há previsão de um novo edital para auditor-fiscal, já que o contexto atual é de redução de concursos, segundo a seção de comunicação da 3ª Região Fiscal da Receita Federal

Não existe previsão de quando será o próximo concurso para o cargo, já que o assunto é tratado pelo Ministério do Planejamento sob demandas do Ministério da Fazenda e o contexto atual é de redução de concursos, ainda de acordo com a seção de comunicação. O salário inicial é de R$ 20.123,53.

Dentre as atividades do cargo de auditor-fiscal, estão constituir, mediante lançamento, o crédito tributário e de contribuições; elaborar e proferir decisões ou delas participar em processo administrativo-fiscal, bem como em processos de consulta, restituição ou compensação de tributos e contribuições e de reconhecimento de benefícios fiscais; executar procedimentos de fiscalização, praticando os atos definidos na legislação específica, inclusive os relacionados com o controle aduaneiro, apreensão de mercadorias, livros, documentos, materiais, equipamentos e assemelhados; examinar a contabilidade de sociedades empresariais, empresários, órgãos, entidades, fundos e demais contribuintes; proceder à orientação do sujeito passivo no tocante à interpretação da legislação tributária; supervisionar as demais atividades de orientação ao contribuinte e em caráter geral, exercer as demais atividades inerentes à competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Advogado da União
Setor público

Sede da Advocacia-Geral da União Foto: Reprodução/Advocacia-Geral da União

Ao cargo de advogado da união correspondem as atribuições que lhe prevê o artigo 131 da Constituição Federal e o artigo 21 da Lei nº 9.028, de 12 de abril de 1995, de representação judicial e extrajudicial da União, e o assessoramento jurídico dos órgãos da Administração Federal Direta do Poder Executivo.

Os requisitos para se candidatar ao cargo são: diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação de nível superior em Direito, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação, e registro de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, além de ter dois anos de prática forense, a serem comprovados no momento da inscrição definitiva.

De acordo com a assessoria de comunicação da Advocacia-Geral da União, não há previsão de realização de concurso público para o cargo de advogado da união.

O valor do salário inicial do cargo é de R$ 19.197,67.

Procurador da Fazenda Nacional
Setor público

Os procuradores da Fazenda Nacional evitaram perdas de R$ 603,2 bilhões aos cofres da União, no ano de 2017, (sendo R$ 464,20 bilhões na atuação junto ao Supremo Tribunal Federal, R$ 20 bilhões na atuação junto ao Superior Tribunal de Justiça e R$ 119 bilhões na atuação junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Além disso, em 2017 os procuradores viabilizaram a arrecadação de mais de R$ 26 bilhões aos cofres da União e do FGTS, provenientes da atuação nos trabalhos envolvendo a cobrança da dívida ativa da União.

O concurso para Procurador da Fazenda Nacional tem 5 etapas: prova objetiva, prova discursiva, prova oral, prova de títulos e sindicância de vida pregressa

Entre as diversas atribuições, pode-se citar, exemplificativamente, que o procurador da Fazenda Nacional é responsável pelas atividades de consultoria e assessoramento jurídico dos órgãos do Ministério da Fazenda, exame prévio da legalidade de contratos, acordos e convênios que interessem ao Ministério da Fazenda, representação judicial e extrajudicial da União nas causas de natureza fiscal, apuração da certeza e liquidez da dívida ativa da União, cobrança extrajudicial e judicial da dívida ativa da união.

O ingresso na carreira é feito por concurso público de provas e títulos que possui 5 fases: prova objetiva, prova discursiva, prova oral, prova de títulos e sindicância de vida pregressa. Os candidatos devem ser bacharéis em direito e comprovar, no mínimo, dois anos de experiência na área jurídica.

A remuneração inicial para o cargo é de R$ 19.197,67, de acordo com a assessoria de comunicação da Procuradoria-geral da Fazenda Nacional.

Outras possibilidades
Setor privado

Também conversamos com a consultora de RH Bernadete Pupo, que listou 10 cargos, em diferentes áreas, que também recebem alta remuneração, e não são cargos públicos. De acordo com a profissional, na área de Tecnologia da Informação, as profissões, além de bem remuneradas, apresentam rápido crescimento. Ela pontua três cargos:

Arquiteto de soluções de Big Data: Atua com arquitetura em soluções de tecnologia, realiza o desenvolvimento, infraestrutura, banco de dados e metodologias, mais focado em negócio do que em sistemas, de acordo com o Catho. Os salários variam entre R$ 18 a R$ 25 mil.

Cientistas de Dados: de acordo com o site Catho, o profissional é considerado a nova geração de especialistas em análise de dados, com habilidades técnicas para resolver problemas complexos e curiosidade para explorar quais problemas necessitam de solução. Ele é em parte matemático, cientista da computação e investigador de tendências. O salário varia entre R$ 13 a R$ 16mil.

Especialista em Cloud Computing: computação em nuvem vem revolucionando o modo como as organizações e pessoas acessam e armazenam dados e informações. O salário médio é de R$ 5 a 12 mil.

Bernadete também ressalta que a área das ciências sociais e de humanidades está cada vez mais em evidência e assim sendo, as profissões mais valorizadas são:

Diretor de Recursos Humanos: é responsável por zelar pelas políticas de Recursos Humanos, definindo normas e diretrizes para o cumprimento de melhores resultados. O salário do profissional está na faixa de R$ 25 a R$ 35 mil.

Gerente de Desenvolvimento de Recursos Humanos: é o profissional responsável por gerir pessoas, visando planejar e construir as atividades da área de Recursos Humanos. A média salarial fica entre R$ 9 a R$ 15 mil.

Advogado Sênior: o direito trabalhista está em alta devido às demissões causada pela crise econômica que se instaurou no País. A média salarial desse profissional é de R$ 12 a R$ 20 mil.

Na área de administração/gestão de empresas, a consultora de RH destaca um cargo, em especial:

Diretor Administrativo e/ou Consultor Financeiro: profissional responsável por gerenciar os departamentos contábeis e financeiros de uma organização, desenvolvendo normas internas, políticas, processos e procedimentos da sua área de atuação. A média salarial desse profissional varia de R$ 20 a R$ 36 mil.

Na área de medicina, ainda segundo Bernadete, o avanço tecnológico consolida a necessidade de profissionais capacitados para atuar no setor.

Diretor Médico de Hospital: Atua no planejamento estratégico da organização e no gerenciamento de um hospital. Mantém a infraestrutura do espaço físico, determinando o melhor uso para ele. Pode ganhar até R$ 45 mil.